Considerações acerca do místico, da inefabilidade e do silêncio como elementos de uma filosofia da religião no Tractatus Logico-Philosophicus
DOI:
https://doi.org/10.36592/opiniaofilosofica.v15n1.1121Palavras-chave:
Wittgenstein, Teoria da figuração, Proposição, Místico, Inefabilidade, SilêncioResumo
O presente artigo tem por objetivo tecer considerações acerca do místico, da inefabilidade e do silêncio no Tractatus Logico-Philosophicus de Ludwig Wittgenstein, em vista de identificar uma possível filosofia da religião. Para tanto, num primeiro momento é apresentada a teoria da figuração, que serve como pressuposto fundamental para a compreensão dos desdobramentos do presente trabalho. A teoria da figuração busca elucidar a natureza das proposições. A proposição se constitui como figuração de um estado de coisas possível, i.e., uma proposição projeta seu sentido e fornece condições de verdade V ou F. Num segundo momento são apresentados os limites da proposicionalidade, a saber, as tautologias e contradições, bem como as transgressões dos limites do dizível, a saber, os contrassensos ou pseudoproposições. Por fim, a partir desses pressupostos teóricos, é apresentado os desdobramentos das teses de Wittgenstein sobre a teoria da figuração no plano do místico. O místico, para Wittgenstein, se reporta ao inexprimível. A inefabilidade de determinados temas como a lógica, a ética, a estética e Deus conduzem a uma prudente contemplação silenciosa, i.e., daquilo que não se pode dizer, mas que se mostra. É precisamente no domínio do místico que se pode encontrar elementos de uma filosofia da religião no Tractatus.
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